Entrevista Jornal Sol - 27 setembro 2024

Primeiro candidato às eleições do Benfica do próximo ano, não se apresenta contra Rui Costa ao qual reconhece toda a legitimidade para concluir o mandato. Mas perfila-se como uma imagem de mudança assente na sua juventude (42 anos) e num projeto que promete chamar para o diálogo outros prováveis candidatos – todos menos Luís Filipe Vieira, que acusa de ser representante do passado.

Chega a horas. Pontualíssimo. Sempre discreto com um perfil tranquilo muito próprio. Estamos na Adega da Tia Matilde. Faz todo o sentido. Poucos lugares em Lisboa respiram tanto benfiquista como este em que o nosso querido ti’ Emílio recebia os jogadores desde os anos-60, tratando Eusébio com o desvelo de um filho. Agora são as filhas e o neto que gerem o negócio. Mas a aura nunca se perde. Nunca se perderá.

O que é que faz de ti um bom presidente para o Benfica? Para começar uma coisa que tem sido posta em cima da mesa com alguma desconfiança: a idade. O Benfica nunca teve um presidente tão novo. Se não me engano, a média de idades dos presidentes do Benfica ao longo da história tem sido de 60 anos, 60 e qualquer coisa. Isso não significa que não tivesse sido bom, basta ver a existência altamente gloriosa do clube, mas as coisas mudaram entretanto. O futebol, dos últimos 15 anos para cá, é uma indústria como outra qualquer. O que exige adaptação. Eu acho que tenho o know how completo, tenho uma experiência de trabalhar muito nessa área, e depois tenho outra vertente que é a da identidade. A identidade benfiquista. Todos os benfiquistas a têm, como é óbvio, mas eu acrescento-lhe uma frase importante: a emoção deve levar-nos à racionalidade. Se me levasse à irracionalidade, estaria a ser um simples adepto como outro qualquer. Assistia aos jogos de futebol, às modalidades e ia para casa. Tenho de pegar nessa parte emotiva, depurá-la, fazer a triagem, e, em seguida, avançar para a racionalização de forma a ser aplicada para bem do clube. Acho que neste ponto o Benfica tem ficado para trás há muitos anos: em termos de relações institucionais, de imposição no setor… Aliás, tudo o que eu disser a partir de agora, apesar de poder ser interpretado negativamente tem o objetivo de ser positivo. Por exemplo, quando digo que o Benfica deixou de ter peso no campo institucional é porque, pura e simplesmente, não se importa, não dá relevância a isso. O Benfica tem de ser uma voz ativa na Liga, tem de assumir posições na Federação, na própria Associação de Futebol de Lisboa, da qual é fundador e ganhou duas das primeiras três competições por ela organizadas. A Associação de Futebol de Lisboa é muito importante. Não apenas para atuar na Federação como também na Liga. É uma visão macro que tem de existir hoje em dia. Voltando à tua pergunta: é uma questão profissional e pessoal. Profissional porque sei que tenho a capacidade e os conhecimentos para aplicar as minhas ideias. Tenho a validação dos meus pares, trabalhei com federações, clubes, já representei atletas, jogadores, treinadores, represento empresários de futebol nacionais e estrangeiros. Em relação a isso não estou minimamente preocupado. O que acho que está a faltar, sobretudo nos últimos anos, independentemente de se ser benfiquista ou não, e o Rui Costa é um grande benfiquista, algo inquestionável e que nunca deve ser colocado em causa, é utilizar esse benfiquismo para uma evolução… Um amigo benfiquista disse uma vez que o difícil é entrar, depois torna-se fácil gerir. Entendo a ideia, mas não concordo a 100% porque falta uma coisa: ter espírito altruísta.

Racionalizar a paixão? É isso? Sim. Racionalizar a paixão. A emoção, a identidade e a paixão benfiquista deve levar-nos a racionalizar aquilo que o Benfica precisa de ter. O que tem acontecido nos últimos 24 anos é demasiada emoção, destravada, intensa, e falta de parar para pensar desta forma: temos todas as ferramentas das quais necessitamos – muitos sócios, muitos adeptos, uma diáspora enorme, o Benfica continua a ser, felizmente, um nome de relevo a nível Europeu e Mundial, mas falta-nos o dirigismo. É preciso olhar para a marca Benfica, mas pô-la, de uma forma construtiva e ampla, desenvolvendo-a e provocando influência aos níveis indispensáveis de influência no campo do futebol e das modalidades, formar pessoas – temos profissionais de excelência! Não é só ter bons jogadores. Tenho de ter bons advogados internamente, bons diretores, bons quadros… E quando saírem do Benfica, se saírem, têm de sentir orgulho por terem sido formados sob a marca Benfica. Isso hoje não existe. Tivemos recentemente um exemplo interessante: uma debandada, por assim dizer, de diretores da formação; e o Rui Costa veio dizer, e muito bem, que para onde forem levam a tal marca Benfica, foram muito bem preparados e não foi à toa que os grandes clubes os foram buscar. Ora, eu sei que eles vão embora com esse rapport todo, mas o que interessava ao clube era retê-los. O talento não está só nos jogadores; o talento está em todos os quadros. Avançando: se o Benfica tiver os melhores profissionais, se os premiar, eles não vão querer sair. E o clube tem uma estrutura suficientemente grande para poder reter esse talento.

Já tens uma equipa para o teu projeto? Há um grupo de pessoas com quem tenho falado nos últimos três anos. A equipa para a SAD está fechada e é composta por um diretor financeiro, um diretor-geral e um diretor-desportivo para a equipa principal e equipa B, são todos benfiquistas, condição indispensável, e estão ligados ao setor desportivo. Há um quarto elemento que é o diretor-desportivo da formação que não é português, e tem ligação direta aos outros três elementos. Posso dizer que é um dos maiores casos de sucesso da última década no futebol mundial. O projeto desportivo passa por formar e reter talento para estar à altura do Benfica do passado.

Quais são, para ti, as ambições europeias do Benfica? Quem está num clube como o Benfica tem sempre de ambicionar o melhor, por isso prometo um Benfica europeu. Já vi finais da Liga Europa com clubes que eram acessíveis ao Benfica. O Benfica tem de fazer tudo para ganhar e dar alento aos sócios e adeptos.

Na apresentação da candidatura falaste numa gestão que respeite os valores e princípios do Benfica. O que significa isso? Há muito tempo que o Benfica é visto como uma empresa de sócios, o que é completamente errado. É preciso ter uma liderança que sirva o clube e que oiça os sócios, são eles que mandam no clube. Temos de impor a base genuína e o sentimento benfiquista para gerir este universo e recuperar novamente a emoção e a paixão dos sócios. Há uma dívida brutal na SAD e no clube e uma necessidade premente de manter a cabeça acima da água. Quem está no Benfica dedicou-se em exclusivo ao futebol, porque é o que alimenta tudo o resto, mas eu tenho uma visão diferente. O futebol é um setor milionário, de sucesso e em desenvolvimento, depois há as modalidades. Devo tratar as duas de forma diferente, mas a base é igual: vencer. Digo sempre que só há sucesso financeiro se tivermos primeiro sucesso desportivo e não o contrário.

Afirmaste que, no dia em que entrares como presidente do Benfica, todos os que lá estão saem. Há um excesso de funcionários? Penso que sim, mas temos de perceber a alocação de funcionários. O Benfica tem mais de dois mil funcionários e um excesso de pessoas com cargos diretivos. Além da reestruturação financeira e desportiva, o Benfica tem de perceber a importância das pessoas dentro da estrutura e a forma de encontrar soluções internamente em vez de pagar a peso de ouro serviços externos. Não vai haver lugar para pessoas que nos últimos anos não tiveram resultados.

Quando decidiste que te ias candidatar? Já disse isto uma vez e acho que ninguém acredita. Quando acabei o secundário queria muito ser tradutor. No Parlamento Europeu… onde fosse. O meu forte eram as línguas, portanto…

Quantas línguas falas? Falo cinco línguas.

Quais? Inglês, francês, castelhano, italiano e alemão, este com menos agressividade. Serve isto para dizer que a minha ideia foi sempre a de trabalhar lá fora. A tradução era o meu fito. Adoro cinema, por exemplo…

Querias fazer legendas? Também. Legendas para filmes fascinava-me… Livros…

Olha que traduzir livros é trabalho de queimar pestanas…  Tive uma cadeira no secundário chamada Técnicas de Tradução de Inglês. Disseram-me sempre – tens aqui o Código de Oxford, que era o utilizado, mas atenção, as traduções não devem ser literais e sim enquadradas no espírito daqueles para quem são dirigidas. Enfim, no fundo a minha ambição era trabalhar no estrangeiro. Sempre tive uma ligação profunda ao futebol por via do meu pai, que é jornalista desportivo, sou sócio do Benfica desde que nasci, a minha década de 1990 é passada literalmente todos os dias no Estádio da Luz…

Como é que os sócios te veem? Não tenho dúvidas que me veem como um puro benfiquista. Quando critiquei alguns métodos seguidos pelos dirigentes do Benfica foi em defesa dos interesses do clube, e sempre a apontar soluções. Nunca tive palavras a rebaixar o Benfica sem dizer qual era o caminho a seguir.

O teu pai tinha um ginásio… Na porta 7. Mesmo por cima do Pavilhão Borges Coutinho. Joguei basquete muitos anos no Benfica, conhecia todos os atletas das modalidades. Mas não vejam nesta minha vontade de ir para o estrangeiro qualquer coisa de negativo para Portugal. Adoro Portugal, acho que é um país fantástico, com tremendas capacidades…

É um bocado mal frequentado, vá lá. Bem… tem algumas pessoas que o frequentam que não são grande coisa, mas enfim.

Continua. Há medida que fui crescendo a minha ligação ao Benfica foi sendo cada vez mais forte. Era na Luz que estava o dia todo. A minha mãe a trabalhar no ginásio, o meu pai a servir de gerente e… um trabalhador. Um ginásio com três funcionários. Mas todos os atletas das modalidades passavam por lá. E todos os da formação do futebol. Raramente os profissionais. Ou seja, era um Benfica de inclusão. Qualquer pessoa que entrasse no Estádio da Luz tinha acesso aos atletas.

Um elemento de aglutinação. Exatamente! Estávamos ali. As pessoas assistiam aos treinos ao vivo. Havia uma ou outra boca, mas as pessoas comportavam-se. Acarinhavam os jogadores. Eu não conheço a realidade dos outros clubes na altura…

Em Alvalade era igual. Pois. A minha realidade foi a do Benfica, desde o café do Silva ao espaço dos sócios, à loja do Benfica que vendia os produtos do clube… era uma família… era uma família! O estádio era literalmente uma porta aberta. Eu entrava nos camarotes, na sala dos troféus, entrava pela porta principal… Toda a gente tinha acesso e não havia quaisquer problemas. Hoje em dia é o inverso absoluto. Um afastamento intencional daquilo que é o mais valioso do Benfica, os jogadores de futebol da equipa principal. Por exemplo: isso já não acontece da mesma forma com as modalidades. Aí os atletas vagueiam pelo estádio, o pavilhão não está aberto mas, nos dias de jogos, estamos próximos deles. Os profissionais do futebol vivem, nos dias de hoje, dentro de uma bolha…

Queres mudar isso? Quero mudar e muito. Quero fazer aquilo que o Manchester City já faz há muito tempo. Os jogadores chegam ao estádio no autocarro, mas este para na porta de acesso, na Luz seria a porta 18, e saem e atravessam os grupos de adeptos. Sentem que os adeptos estão ali, com eles. Afinal os jogadores são pessoas como todos nós e tem de existir proximidade. Sentirem aquilo que nós queremos deles. E mesmo que, de uma vez ou outra, sintam alguma animosidade, perceberão melhor aquilo que exigimos deles dentro do campo. Algo que se passou no último ano com o Roger Schmidt: depois de ter passado uma imagem porreira na época anterior…

Mesmo motivadora. Sim. Mas quando passa a ter dificuldade em entrar em explicações sobre as suas opções, sobre o seu modelo de jogo, quando houve aquela conferência de imprensa em que se amarrou ao inglês para se fazer desentendido, e que para mim foi um turning point, nota-se um afastamento do Benfica em relação ao seu treinador.

Quer dizer que não culpas totalmente Roger Schmidt pelo que desperdiçou? Das duas, uma: ou ele nos enganou, e durante um ano não demonstrou o que verdadeiramente era, e eu não quero acreditar nisso, faço já aqui uma nota de rodapé porque me pareceu genuíno – e eu defendi, para sublinhar, a contratação de alguém para substituir o Jesus que não conhecesse os vícios do futebol português, quer a nível do enquadramento desportivo quer da comunicação, um estrangeiro, portanto –, ou fomos nós que nos enganámos em relação a ele. A extraordinária primeira parte da primeira época, graças muito a Enzo Fernandez, um jogador enorme, permitiu-lhe gerir a comunicação sobre vitórias. A segunda época é, de facto, diferente. Houve logo o problema da derrota com o Boavista na primeira jornada. Seguiu-se o problema da incapacidade de lidar com os órgãos de comunicação social e, aí, a direção sai de cena, não aparece, não defende o seu treinador: Rui Costa só veio responder muito mais tarde a acusar a comunicação social. E tudo encaixa em dois momentos fundamentais: um terrível jogo em casa com o Casa Pia e, consequentemente, a forma como Schmidt passou a mostrar-se desagradado com os jogadores e, sobretudo, com as críticas que começaram a chover das bancadas. Não o prepararam para uma situação como essa. O Benfica é único também nisto: o público é muito sensível e tem muito pouca tolerância. Algo que tem de ser bem explicado a quem vem de fora treinar o clube sem conhecer profundamente a sua realidade.

Mas o adepto do Benfica não é mais tolerante com um estrangeiro do que com um português? Acho que sim. Por isso acho que Schmidt geriu mal. Já revelava algum desgaste com derrotas como as com o FC Porto, Chaves e Inter mas aguenta-se. Ainda estava em clima de vitória. Depois não. Demora muito tempo a resolver os problemas que estava a ter e é aí que culpo a direção: não soube protegê-lo no momento certo e devia tê-lo feito. E permite que a comunicação social, sobretudo comentadores desportivos, como era o meu caso na altura, caia sobre muitos dos jogadores contratados. Como o Benfica compra caro, é natural que se exija que rendam e depressa. Não se pode andar a contratar jogadores acima de 5 milhões de euros (e falo neste valor porque acho que é um limite para a nossa realidade e já é uma verba muito alta) e vê-los falhar como foi o caso de Jurásek, o mais óbvio de todos. Para concluir a matéria sobre Schmidt: falta de comunicação por parte do treinador e falta de proteção por parte da direção. Havia que o chamar e explicar as coisas de forma simples: perante esta situação em concreto não podes reagir assim e assim; tens de fazer assado. Se ele tomou a posição de dizer que não concordava e que não iria seguir essas indicações, então alguém precisava de ter respondido: quem manda não és tu! Foste contratado para ser treinador. Se se abrem questões de não estar no mesmo patamar do que o clube em questões como a comunicação, então alto! Se calhar vais ter de sair…

Dizes que a comunicação do Benfica é frágil? O Benfica não tem comunicação na defesa dos interesses do clube nem naquilo que são os seus quadros desde 2021.

Apesar de muito dinheiro gasto nessa área… Apesar de muito dinheiro gasto. E mesmo antes, e vocês conhecem bem essa realidade há muitos anos, a comunicação do Benfica sobretudo através da BTV foi uma comunicação de certa forma amordaçada. Pessoas variadas que são benfiquistas e tentaram fazer algo de diferente sem prejudicar o bom nome do Benfica – era o que mais faltava! De certa forma todas essas pessoas foram empurradas para… não terem tantas ideias, se me faço entender. Porque se pretendia que um certo segmento da comunicação não fosse desalinhado daquilo que era a intenção de quem lá estava. Desta forma diferencio: há um certo tipo de comunicação até 2021 e não há comunicação depois de 2021. O que é grave. Antes de 2021 – e vou deixar de fora o que aconteceu com as questões de Luís Filipe Vieira com a Justiça – havia um alinhamento da comunicação, a chamada cartilha, e é aqui que volto à questão dos comentadores de que falava há pouco. A cartilha era passada e eu tinha acesso aquilo que era a suposta cartilha e nunca a li nem quis saber dela, o que me valeu uma série de problemas. Eu não sou contra esse alinhamento, mas não tenho que levar com ele. Não tenho de o cumprir. Aliás, a partir do momento em que tenho acesso a ele sobram-me duas opções: ou me mantenho, ou saio. Saí. Eu tinha um programa de sucesso na BTV, e por que é que vos digo com toda a propriedade que era um programa de sucesso? Foi o Ricardo Palacin que me deu essa oportunidade – eu já ia à BTV comentar, participando em programas noturnos – e debatíamos questões institucionais e de outros campos que não o do futebol puro e duro e até confesso que não vejo debates desse conteúdo, e como gostavam de mim, até porque era bastante jovem, foi-me proposto organizar algo dentro da minha área do Direito Desportivo. Portugal tem um espetro jurídico-desportivo extremamente diferenciado dos que existem no resto da Europa e precisa que se fale dele. E aqui explico porque é que esse programa funcionava bem: não era pelo que me diziam lá dentro do Benfica, era pelo que ouvia por parte dos sócios. Recebia cartas dos sócios que me davam parabéns pelo programa, pelo que se debatia no programa, pelas pessoas que levava ao programa, e nem todas eram benfiquistas, havia convidados que não eram publicamente benfiquistas. Ora o programa foi suspenso por indicação de várias pessoas.

Vieira? Sim. Pelo próprio Vieira, pelo Domingos Soares de Oliveira, pelo Paulo Gonçalves e pelo João Correia. Vejam bem a amplitude.

Estavas a incomodar? Mas ouçam: quem faz um programa daquele género não pode sentir que está a incomodar. Era um benfiquista a querer discutir outras realidades que fazem parte do futebol português.

Bem, mas para te acabarem com o programa é porque alguém se sentiu incomodado. Não tenho problema nenhum em dizer isto: houve um programa que se debruçou sobre a questão da invasão de Alcochete e da agressão a vários jogadores do Sporting que rescindiram contratos com justa causa. E nós debatemos o assunto. Foi particularmente interessante porque, naquele momento, toda a comunicação social levantou a possibilidade de haver ali uma oportunidade de ouro para tanto Benfica como FC Porto poderem ir buscar esses jogadores. Fui sempre claro em relação a isso, no que disse e também no que escrevi: o Benfica devia abster-se de fazê-lo! Havia malta que só queria recordar o Verão Quente de 1994 e alimentar a ideia de vingança. Ora, o Benfica tem de ser uma instituição diferenciada, não anda a praticar atos de vingança por algo que aconteceu há trinta anos. Nem pode sujeitar-se a espezinhar um rival quando este se encontra em dificuldades.

Mas nunca ficou bem claro por parte da direção do Benfica que esse não seria o caminho a seguir, ou ficou? Por isso fui buscar este episódio. O meu programa era em direto, transmitido à segunda-feira ao final do dia. Nesse dia preciso foi gravado anteriormente e tinha-se falado na possibilidade concreta de o Benfica ir buscar dois jogadores ao Sporting. Comentei que seria um erro. Por duas questões: a primeira é histórica, não somos um clube qualquer e temos respeito pelos adversários, segundo por uma questão jurídica – não era líquido que os jogadores tivessem rescindido com justa causa. Não sabíamos os envolvimentos da situação. Nessa segunda-feira houve uma Assembleia Geral do Benfica para aprovação do orçamento. É a célebre Assembleia Geral em que Luís Filipe Vieira diz aos sócios num ato de puro populismo: «O Benfica não esquece o que nos foi feito no Verão Quente de 1994!» Dá a entender que vai contratar alguém. Eu sabia que o Benfica tinha tudo praticamente fechado com o Bruno Fernandes. Além disso conhecia muito bem o advogado que o Sporting contratou, através do Sousa Cintra, que não é português, é espanhol, de Valência, e um dos melhores advogados de Direito Desportivo do mundo. Felizmente trabalhei em alguns processos ao longo dos anos. Contactei-o para tentar perceber o que se estava a passar no Sporting e fiquei com a perfeita noção do que acontecia a nível jurídico. As palavras do Luís Filipe Vieira deixaram-me preocupado. Ainda por cima porque também recebi a informação de que o Bruno Fernandes iria ser contratado na terça-feira.

Estou a ouvir isso pela primeira vez publicamente. Pois. Porque ninguém contou a história até agora. E sabem por que é que o Bruno Fernandes não veio? Exatamente por aquilo que o Vieira disse na Assembleia Geral e que se tornou capa de muitos jornais do dia seguinte. E as pessoas ficam a saber que o Benfica queria contratar alguém. Eu sabia que era Bruno Fernandes. Mas abrira-se a oportunidade para outros. Como o Rafael Leão, por exemplo. Exatamente um daqueles jogadores que não podia ser contratado, e vejam o sarilho em que ainda está envolvido com o Sporting e a dívida que tem para com o clube. Havia uma total falta de sensibilidade em relação a esta matéria. E um desinteresse total sobre o contexto histórico dos valores da instituição e sobre aquilo que o Sporting estava a viver. O Benfica não podia aproveitar o facto de o Sporting estar em baixo. Como não pode acontecer com o FC Porto ou outros clubes. Sei que há benfiquistas que não aceitam isto que estou a dizer, mas são questões básicas…

Defendes, portanto, uma relação forte institucional com o Sporting e com o FC Porto? O Benfica tem que ter essa forte relação institucional, mas tanto Sporting como FC Porto precisam de perceber algo: o Benfica é em tudo superior – em adeptos, em história, só não digo em títulos porque infelizmente deixou que o FC Porto nesse aspeto se aproximasse muito. Mas também é necessário que as direções do Sporting e do FC Porto não olhem para nós, como agora, sem saberem ao certo o que é o Benfica. Não é à toa que os adeptos de um e de outro não gostam do Benfica. Isso acontece porque conhecem a nossa história. E o que me deixa chateado (ia a dizer triste, mas na verdade fico mesmo é chateado!) é ver que durante os últimos vinte anos os responsáveis pelo Benfica não tenham aproveitado a grandeza do Benfica e não a terem utilizado como força de sustentabilidade desportiva. Temos de ter relações institucionais, assentes no civismo, mas também exigindo o reconhecimento de que o Benfica é um clube maior.

Existe agora um complexo de pequenez no Benfica? Não diria um complexo. Há é uma necessidade evidente de separar os contextos históricos que não está a ser feita. O novo presidente do FC Porto, André Villas-Boas, deu uma entrevista ao Expresso em que diz algo como, não vou citar ipsis verbis, «o FC Porto para ter sucesso desportivo tem de ter um alvo a abater». Esse alvo está definido: é o Benfica. Se o FC Porto vive com um mote que é o de derrotar o maior, que é o Benfica, é um problema de quem o governa. Se essa é a motivação deles, convivo bem com isso. Mas também me serve para justificar aquilo que tenho de apresentar no Benfica de dentro para fora: relembrar toda a gente, algo que não acontece nos últimos anos, que o Benfica ainda é aquilo que já foi. E não é uma questão somente de títulos: é uma questão de posicionamento. Em Portugal e no estrangeiro. O Benfica foi perdendo gás nas competições europeias. O FC Porto ganhou nos últimos vinte anos uma Liga dos Campeões e duas Ligas Europa. O Benfica devia ter ganhou pelo menos duas Ligas Europa porque chegou às finais. Não é comparável com a Liga dos Campeões, mas deixa marca. Além de que acrescento aquele que é, para mim, o maior falhanço da história do Benfica: o pentacampeonato. É o maior pesadelo que caiu sobre os benfiquistas e aquilo que condicionou a vida do clube até aqui. Se tivéssemos ganho o penta não estaríamos hoje a comparar troféus com o FC Porto, estaríamos eventualmente muito mais fortes em termos financeiros, tudo teria tomado um caminho completamente diferente.

E a culpa foi de quem? Do Luís Filipe Vieira? A culpa, à cabeça, é sempre do presidente. A estratégia nesse ano foi completamente invertida. O Benfica teve vendas acima dos 80 milhões e um investimento de oito milhões. Não quero dizer que não seja possível ganhar campeonatos com investimentos a rondar os oito ou os dez milhões de euros. O problema é que vendeu os seus melhores jogadores nessa época e não trouxe outros ao nível dos que saíram.

Sabendo já em julho quem iria sair… Exatamente. Por isso é que eu digo que a culpa é sempre do presidente. Mas neste caso abordo dois aspetos essenciais: o Benfica e a esfera pessoal de Luís Filipe Vieira. Vieira estava, nesse ano, com o seu problema mais agravado em relação ao BES. E teve de fazer algo para apaziguar a sua exposição. Relembro que o Benfica pagou integralmente a dívida que tinha para com o BES. Deixou de ter dívida bancária.

 E isso não compensa? A leitura que faço é que Vieira olhou primeiro para o seu problema pessoal e procurou resolvê-lo através do Benfica. O Benfica liquida a linha de crédito que tinha com o Novo Banco e ele, por seu lado, tenta remediar a sua exposição bancária perante o BES. Ou seja, num ano em que era essencial focar-se no Benfica, focou-se nele próprio. E, na realidade, o Benfica até luta pelo título até ao fim, quando perde na Luz com um golo do Herrera. Mas, ao não preparar o nível exigido para essa época de forma a ter entradas de qualidade equivalente à das saídas, condenou o trabalho a médio prazo. Quando era, pelo contrário, a época de investir tudo o que tinha e não tinha. Era uma época excecional e devíamos ter ido em contraciclo com as finanças, com a economia, com a prudência… Era de apostar tudo! Porque iríamos conseguir o break-even mais tarde. Se tivéssemos ganho o penta, e o FC Porto estava a passar uma fase muito má e o Sporting à beira de um colapso, o Benfica teria marcado um momento absolutamente histórico de diferença para os rivais. E agora… todos imaginarão o trabalho que irá ser preciso para ganhar um penta…

Impossível para o Benfica? Só se se restruturar completamente a nível financeiro e desportivo para voltar a ter a estabilidade que teve nesses anos para voltar a sonhar com a possibilidade de ganhar um penta ou atingir duas finais europeias. Tudo envolve uma transversalidade. Não pego num investido e injeto 100 milhões de euros no Benfica numa aposta desportiva. Isso não basta para garantir campeonatos. É preciso entrosamento. Tenho de ter toda a gente alinhada. E, voltando atrás, nessa altura a pessoa que comandava o clube não estava totalmente alinhada com as necessidades do Benfica.

Então a falha do penta prendeu-se sobretudo com a falta de foco do presidente em relação ao projeto desportivo? E também por causa de uma certa sobranceria. É normal, nesse caso, tem que ver com o perfil das pessoas. Eu não sou assim. O Luís Filipe Vieira é assim, nada a fazer. Não lhe levo a mal a personalidade, levo-lhe a mal não perceber onde estava. E em vez de se focar no clube quis tratar de problemas pessoais. Um erro tão grande que eu acho que até os problemas pessoais que tinha poderiam ter sido mais facilmente resolvidos se o Benfica tivesse sido pentacampeão. Achou que, como o Benfica estava, iria ganhar fosse como fosse. Não! Não mesmo. Há uma expressão que o Domingos Soares Oliveira utilizou há uns anos que é decalcada do Ferran Soriano, que esteve no Barcelona e é administrador do Manchester City: «Temos de estar sempre a apertar o parafuso!» O parafuso está lá, e nós temos de estar sempre a apertá-lo. É um método. É um processo. Nunca chegamos ao ponto de poder afirmar, por exemplo, que temos quinze jogadores que servem para ganhar tudo. Não é assim. Um lesiona-se, outro leva vermelho, outro ainda não está bem psicologicamente… Temos de estar sempre a afinar a ideia, o projeto. E o discurso do Vieira nesse ano foi o do Benfica estar dez anos à frente de todos os outros. Nunca ninguém está dez anos à frente de ninguém. Pode é passar a mensagem de que está dez anos à frente, coisa completamente diferente. Mas, por dentro, tem de haver um trabalho contínuo, diário, com a comunicação, com os adeptos, com a busca incessante de aumentar o número de sócios, de aprimorar as modalidades…

As modalidades são um problema deste Benfica? Digo que o Benfica não está a passar um bom momento nas modalidades. Tem problemas financeiros. Não pode gastar milhões e não ser campeão. O último campeonato de andebol que ganhou foi em 2008! Milhões não significam vitórias, repito. E essa ideia tem vindo a ser alimentada. Temos duas modalidades que podemos considerar estáveis: vólei e basquete. O vólei internamente é excecional, mas não tem sucesso a nível europeu porque lhe falta competitividade nesse campo. O basquetebol combate, vai ganhando, foram equipas com traquejo. Depois há outras duas modalidades que me fazem confusão. Não entendo como é que o Benfica não ganha títulos europeus em hóquei em patins e em futsal. Ou melhor, entendo, e percebo o que é necessário reestruturar internamente para que isso venha a acontecer. Portugal é exímio tanto numa modalidade como na outra.

E ganha títulos internacionais… Precisamente. Portugal vive, respira e desenvolve o futsal a nível mundial. Naturalmente, o Benfica tem de ambicionar ganhar títulos europeus. No hóquei é a mesma coisa. O Sporting tem um projeto para o futsal avassalador a nível interno. O Benfica não consegue competir com o Sporting? O Braga veio buscar uma grande parte da estrutura do Benfica e teve sucesso. O futsal é para mim algo de muito preocupante. Se tivéssemos vários campeões ao longo dos anos, a matéria diluía-se. Mas não temos. Temos sempre um: o Sporting. Inexplicável! No hóquei conseguimos ir buscar os melhores jogadores, mas não ganhamos. O Nicolía explicou bem o problema agora quando saiu: «Os jogadores vêm para o Benfica para competir, não vêm para ganhar». Isto são palavras de um jogador que nos transmite a filosofia que se vive internamente.

Se a questão não é financeira é de falta de quê? Não esquecer este dado: tudo o que diz respeito às modalidades entra na esfera do clube. Nada com a SAD. E as modalidades são consideradas amadoras porquê? Porque só temos uma liga profissional em Portugal para uma modalidade: o futebol. Mas já tivemos outras: no basquetebol, no andebol… E os jogadores das modalidades são profissionais. A tempo inteiro. Agora outro ponto: tivemos uma Assembleia Geral para aprovação do orçamento. Ora, eu não sei se o orçamento foi aprovado ou não. Uns dizem que sim, outros que não. Não houve maioria absoluta. Por isso gostava de saber se o Benfica se está a gerir em duodécimos, se se está a gerir com o orçamento anterior, ou se a direção considera de facto que o orçamento foi aprovado. Há notícias que afirmam que o Benfica contratou especialistas para perceber se o orçamento foi aprovado ou não. Veja-se bem o estado das coisas. Nem há certezas sobre o que se anda a fazer? Isto é muito grave. E a questão das modalidades exige uma completa transparência a nível orçamental. Quanto é que estamos a investir em cada modalidade? Eu olho para o orçamento e vejo apenas: modalidades – 60 e tal milhões. Mas quantos milhões são aplicados em cada uma delas? Não é repartir equitativamente. O orçamento do futsal não é igual ao do vólei.

E isso não está especificado? Não. E não vou entrar pelo caminho de que o bolo é dividido em partes iguais pelas cinco modalidades. Não há transparência no orçamento de cada modalidade. O vice-presidente das modalidades tem de ter uma linha direta para o presidente e uma linha direta daí para baixo para todos os coordenadores. E as verbas atribuídas têm que estar dependentes de receitas. Porque, volto a repetir, estamos na área do clube e o clube é uma associação que vive de receitas e de patrocinadores. Formação! Em todas as modalidades do Benfica tem de possuir uma marca identitária. Tem de apostar em parcerias com escolas, públicas ou privadas, para incentivar os miúdos não apenas a praticar desporto, que é uma das suas obrigações como grande instituição que é, mas também promover o conhecimento entre eles do clube e garantir que os forma como desportistas e como homens. É preciso incentivar os jovens a darem esse passo, até porque o futebol, nesse aspeto, atrai toda a gente. Logo temos de defender o gosto dos miúdos pelas modalidades para que eles não fujam todos para o futebol. O Halland contou uma vez que quando andava na escola era obrigatória a prática de várias modalidades. E o Estado impunha esta obrigação. No caso do Benfica não é sustentável andar a gastar dinheiro a contratar jogadores para todas as modalidades. A aposta na formação tem de ser feita e reforçada. Mas também podemos fazer parcerias, sobretudo no basquetebol, no voleibol e no andebol. Parcerias com clubes estrangeiros, por exemplo. Todos os anos vai buscar americanos para o basquetebol. Há forma de se fazerem parcerias com universidades.

A última Assembleia Geral criou polémica. Queres explicar? Claro. E até digo que começou muito bem. De forma fluida. Perfeito entendimento entre mim, Guilherme Fontes, a professora Raquel Vaz Pinto e o Jaime Antunes. Depois da interrupção para o almoço é que as coisas descambaram. O tempo começa a escassear, há sócios que querem intervir e não tem possibilidade, apresento um requerimento ao Fernando Seara (presidente da Mesa da AG) e aconselho-o a adiar os pontos em aprovação para nova AG que deveria ter lugar não depois de 30 dias. Ele teima que está tudo a correr bem, que não há adiamento nenhum. Mas era absolutamente impossível concluir os trabalhos até às 20h00. Ele leu o meu requerimento e este foi aprovado.  Mas, entretanto, o Seara avisou-me que ia anular o meu requerimento, afirmando que quem mandava era ele. O quê? Reclamei, o Guilherme Fontes foi minha testemunha, e é quando o Fernando Seara saiu do púlpito de presidente e foi falar no púlpito dos sócios declarando que se demitia. O Pereira da Costa assumiu os trabalhos com o apoio do Jaime Antunes. Eis o resumo do que se passou.

Achas que a demissão de Fernando Seara enfraquece de alguma forma a atual direção? De formal alguma. Aliás, e bem, o Rui Costa tomou a palavra e colocou as coisas no seu lugar.

Como é que te posicionas relativamente à Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e à Liga Portugal? Vamos ter eleições em janeiro de 2025 para a Federação e, se o atual presidente da Liga Portugal se candidatar, então, inevitavelmente haverá também eleições na Liga. A nível institucional, o Benfica perdeu influência desde que foi criada a Liga de Clubes nos anos 90. Quando falo em influência é uma influência positiva, nada tem a ver com jogos de bastidores. O Benfica tem de sentar-se à mesa com restantes clubes e ser ele a força motriz, ou seja, indicar o caminho correto, e não o que aconteceu o ano passado quando o presidente do Braga, António Salvador, falou das mudanças que são necessárias fazer no futebol português. Onde é que andavam o Benfica, Sporting e Porto? O Benfica não é capaz de apresentar um modelo com as necessidades do futebol nacional?

E deu o exemplo de um tema que devia levado a sério pelos clubes. Não faz qualquer sentido um país como Portugal ter duas ligas profissionais com 36 clubes. Não estou a dizer que temos de passar para o modelo da Escócia, mas a verdade é que não há dinheiro que aguente isto, os atuais quadros competitivos não são sustentáveis. Quando um clube desce para a II Liga, os direitos televisivos caem a pique, enquanto nos outros países recebem um prémio maior para se aguentarem num escalão inferior. O modelo competitivo está falido, o futebol profissional tem de ser reestruturado.

Como olhas para os candidatos aos dois organismos? Tenho a certeza de que Pedro Proença se vai candidatar à presidência da FPF. Acho uma vergonha não ter oficializado ainda essa candidatura, com toda a promoção que tem sido feita, sobretudo através de eventos em que é claramente promovido o seu nome. Penso que o Nuno Lobo também se vai candidatar, é uma ambição legítima e natural.

Qual a tua opinião sobre o facto de o clube estar muito dependente do empresário Jorge Mendes? O Benfica está muito dependente da venda de jogadores num primeiro plano e depois tem uma relação privilegiada com Jorge Mendes e a Gestifute. A minha preocupação prende-se com a necessidade de chamar uma pessoa para vender um jogador quando não necessitava. Faz-me confusão quando um clube como o Liverpool contacta diretamente com o Benfica para contratar o Darwin e o Benfica, a seguir, vai chamar o Jorge Mendes para vender esse jogador. Atualmente, o regulamento da FIFA permite que o mesmo empresário represente as duas partes por comum acordo, mas, em minha opinião, nunca há uma verdadeira independência na gestão do processo. Como é que alguém é capaz de defender da mesma maneira o clube vendedor e os interesses do atleta. Na área da advocacia isso é considerado conflito de interesses, só posso estar num dos lados. Se o Benfica precisa de vender um jogador e não consegue, nesse caso faz sentido trabalhar com alguém que consiga desbloquear a situação e arranje um comprador, mas tendo sempre presente que quem paga a comissão é o clube comprador. Em resumo, fico preocupado de duas formas: a necessidade de o chamar para resolver determinados negócios quando, na realidade, não precisava e, depois, perceber até que ponto a formação do Benfica está nas mãos de Jorge Mendes.

E lembro o caso de Gonçalo Ramos… O jogador não pertencia à Gestifute, mas foi empurrado para essa empresa para ser vendido ao PSG. Há outros casos de o Benfica promover a troca de empresários para vender jogadores.

Qual a solução? É simples, o clube não se deve intrometer nas negociações entre jogadores, pais de jogadores e empresários, é um problema deles. O Benfica tem de estar completamente despido de interesses e a imagem que passa lá para fora é que tem interesse em vender alguns jogadores com determinados empresários para poder obter um ganho financeiro mínimo para conseguir fazer face às suas despesas, custos e encargos. O Benfica não está só nas mãos de Jorge Mendes, está também preso a uma dívida brutal.

Afonso de Melo e João Melo - Sol

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