Posicionamento Imediato

No passado dia 25 de Novembro de 2024, o Sport Lisboa e Benfica fez-se representar pelo seu Ilustre Presidente da Direção num evento em Lisboa da autoria do Jornal Record. O evento foi apresentado como “uma grande cimeira do Desporto” e batizado com o nome do jornal em causa que acabaria por celebrar 75 anos no dia seguinte. 

Este é o jornal cujo diretor declarou que “o público quer ouvir todas as verdades”, preferencialmente sobre o “clube rival” e que a sua vida (deduz-se, dos jornalistas da casa) passa por “procurar a verdade, doa a quem doer, porque a culpa não é só dos árbitros".

De facto, por ser filho de um ex-jornalista que vivenciou em primeira mão, com muito custo pessoal e familiar, o que foi a luta para revelar a verdade do futebol português entre o final dos anos ’80 e a década de ’90, sofri na pele a dica do “doa a quem doer”. Foi isso que o meu pai fez honrosamente e sem medo. Mas, e sublinho, com elevação.

Porém, questiono se o jornal em causa (entre outros veículos de comunicação que integram o mesmo grupo) tem praticado um comportamento justo, isento e imparcial em relação ao Sport Lisboa e Benfica. Aliás, peço desculpa, mas não questiono. Afirmo, desde já, que não!

As incontáveis capas e conteúdos sensacionalistas, distorcidos ou incompletos têm vindo a provar ao longo do tempo que uma jovem entidade editorial com 75 anos não respeita uma Instituição de cariz global a caminho dos seus 121 anos de idade com uma massa associativa de enorme peso societário e que lhes sustenta o pão na boca. 

Já que o Sport Lisboa e Benfica não o faz, eu chamo à atenção o meio de comunicação social em causa para algumas das normas do código deontológico dos jornalistas atualizado em 2017 no âmbito do 4.º Congresso dos Jornalistas:

“1. O jornalista deve relatar os factos com rigor e exatidão e interpretá-los com honestidade. Os factos devem ser comprovados, ouvindo as partes com interesses atendíveis no caso. A distinção entre notícia e opinião deve ficar bem clara aos olhos do público”;

“2. O jornalista deve combater a censura e o sensacionalismo e considerar a acusação sem provas e o plágio como graves faltas profissionais”;

“8. O jornalista deve salvaguardar a presunção de inocência dos arguidos até a sentença transitar em julgado”;

“10. (...) O jornalista obriga-se, antes de recolher declarações e imagens, a atender às condições de serenidade, liberdade, dignidade e responsabilidade das pessoas envolvidas”.

As entrevistas de um ex-presidente detido em funções e de um ex-administrador demissionário da SAD combateram o sensacionalismo e a acusação sem prova? Tem sido salvaguardada a presunção da inocência da Benfica SAD e do Clube quanto aos processos judiciais? Até hoje, têm sido comunicadas notícias com a serenidade, liberdade e dignidade que o Sport Lisboa e Benfica merece? 

O Sport Lisboa e Benfica é usado. Para o bem e para o mal. Mentalizem-se todos que as vitórias das nossas equipas em campo e nos pavilhões não chegam para sanar o dano que é causado pela incerteza e dúvida originadas por opiniões confundíveis com informações.

Conforme se percebe, a ausência que se deveria ter notado em tal evento por parte da instituição Sport Lisboa e Benfica não teria sido desrespeitosa. De todo. Não pode, nem deve, haver memória curta e o tempo não consegue apagar tudo. 

Chegará o tempo em que a comunicação do Sport Lisboa e Benfica se tornará proativa (por antecipação) ao invés de reativa ou, mais perigosamente, inexistente.

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