Alterações Institucionais

Na semana passada assistimos a dois atos eleitorais de extrema relevância para o Sport Lisboa e Benfica no panorama desportivo nacional. O primeiro, na Associação de Futebol de Lisboa (AFL) e, o segundo, na Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Fica apenas a faltar a derradeira eleição, de máxima importância também, na Liga Portuguesa de Futebol Profissional (Liga). Eleições estas que ocorrerão devido à vitória de Pedro Proença sobre Nuno Lobo na FPF pela margem de 75% (correspondente a 62 votos) contra 25% (correspondente a 21 votos) do universo eleitoral. Desconhecem-se, por enquanto, candidatos oficiais à Liga mas há conhecimento da vontade de Júlio Mendes (ex-presidente do Vitória Sport Clube), do presidente da Associação de Futebol do Algarve e de uma incógnita chamada Artur Soares Dias, mais um membro da arbitragem cujo corporativismo expande o seu braço institucionalmente.

Na AFL, com apenas dois candidatos a concorrer entre si, tivemos uma vitória expressiva de Vítor Filipe que levou a melhor sobre Rui Rodrigues, o candidato promovido por Pedro Proença. Dos 254 clubes, apenas 201 exerceram o direito de voto com uma vitória clara para Vítor Filipe: 65,3% contra os 34,7% de Rui Rodrigues.

Fica a nota para o voto do Sport Lisboa e Benfica ter sido manifestado praticamente em cima do fecho das urnas devido ao facto da comitiva para o Mónaco ter integrado a maioria dos membros das direções do Clube e da SAD (é sempre necessária procuração ou mandato subscrito por membros da direção). Ainda que sigiloso, subentendeu-se que o voto foi a favor de Rui Rodrigues dado que o Sport Lisboa e Benfica fechou literalmente a porta à audição de Vítor Filipe sobre o seu projeto e visão.

Independentemente de tudo, o futuro dos clubes de Lisboa ficará sob a responsabilidade de um sócio do Sport Lisboa e Benfica com experiência no dirigismo e que disporá, à partida, de todas as condições para desempenhar um bom trabalho no futebol distrital. Desejo-lhe o apoio, alargamento e desenvolvimento sustentável dos clubes no distrito, sobretudo ao nível da formação, algo que sempre defendi ser essencial nos 9 anos e 10 meses que passei na AFL.

Já o próximo mandato da Federação Portuguesa de Futebol foi entregue a outro sócio do Sport Lisboa e Benfica, Águia de Ouro pelos seus 50 anos de quotas pagas, mas cujo vínculo à nossa Instituição só se justifica mesmo por este pagamento regular e contínuo. A forma como se dirigiu ao Sport Lisboa e Benfica, quer enquanto árbitro, quer enquanto dirigente da Liga, não lhe merece qualquer apoio, voto a favor ou sequer palavra de apreço.

Resta ao Sport Lisboa e Benfica traçar e apresentar publicamente, desde já, um plano e projeto para aquilo que entende ser o futuro desportivo no território nacional para depois puxar pelos galões junto da FPF e da Liga. Caso contrário, ficará nas mãos dos interesses privados e respetivos acordos que resultam dos compadrios que sempre caracterizaram as relações institucionais nos bastidores do futebol português.

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